Campeã brasileira e sul-americana no salto em distância, atleta tenta retomar a melhor fase
Bater recordes, ser melhor que suas adversárias e ganhar campeonatos. Desafios naturais a qualquer atleta. Jéssica Carolina, do salto em distância, venceu todos eles, mas há cinco anos se viu diante do maior desafio da sua vida e que fugia completamente dos compromissos nas pistas: o de ser mãe.
Jéssica conheceu o atletismo ainda na fase escolar. Por incentivo de sua professora, especializou-se no salto em distância. Aos 17 anos, passou a disputar competições de base. Foi campeã sul-americana, brasileira, bronze no Mundial juvenil de Barcelona, em 2012, e liderou o ranking nacional com a marca de 6,56 metros. Em 2019, mobilizada em busca do sonho de disputar pela primeira vez uma Olimpíada, Jéssica foi surpreendida. Um outro sonho, de nome Selena, se materializou.
“Eu sempre quis ser mãe, mas achava que o fato de ser atleta dificultaria esse projeto. Até que aconteceu. Não foi programada, mas foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida”, diz a saltadora, que chegou a competir grávida – ainda que não soubesse. “Descobri que estava grávida com um mês de gestação. Eu estava treinando forte, me preparando para viajar para a Europa. Cheguei até a subir no pódio em um campeonato nessa condição.”
A chegada de Selena mudou toda a logística de carreira de Jéssica, que desde 2014 treina no Centro de Excelência Esportiva de São Bernardo do Campo, equipamento financiado pela Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo. “Eu queria voltar rápido, mas fui impedida pelos meus técnicos. Quando a Selena completou três meses, retomei a rotina de treinos. Eu e meu marido, que também é atleta, levávamos a bebê para as atividades. Nos revezávamos nos cuidados.”
A maternidade levantou algumas dúvidas em Jéssica. Por um tempo, ela achou que deveria abdicar do atletismo para se dedicar exclusivamente à filha. Mas foi a própria Selena que, involuntariamente, revolucionou os planos da mãe.
“Como me afastei das competições, deixei de obter resultados. Isso fez com que eu caísse no ranking brasileiro e perdesse patrocínios. Mas a Selena sempre foi a minha maior motivação. Ela é o meu alicerce, minha maior motivação a seguir treinando para voltar a ser uma atleta de alto nível”, conta.
Enquanto luta arduamente para reconquistar o protagonismo no salto em distância brasileiro, Jéssica inspira uma pequena atleta. Com apenas 5 anos, Selena dá sinais de que vai repetir os passos da mãe. “Hoje ela entende o que eu faço, sabe que sou uma atleta. Quando treino ou estou em um campeonato, ela grita, me apoia. Levo ela para a pista e ela gosta, salta, corre.”
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